sábado, 26 de outubro de 2013

Cartas 8 e 9

Carta 8, Carta de Hume ao Mahatma K.H. , 20 de novembro de 1880.

Postada por G. Melo

Esta carta é de Hume endereçada ao Mahatma K.H. Foi respondida pelo Mestre através da Carta 9. Por isso devem ser consideradas em conjunto.

Hume já começa nessa carta a mostrar o seu caráter e o nível de compreensão equivocado, do qual nunca se libertaria.  Diz ao Mestre: “....para mim é insuportável a ideia de que você me deixe de lado por causa de uma compreensão equivocada de meus pontos de vista.”

E inverte o argumento sobre a Ciência Oculta. Para deixar mais claro: a Ciência é denominada  oculta devido à cultura egoísta do homem. O altruísmo é uma das condições básicas para a ciência oculta ser revelada.  Mas Hume inverte a questão, afirmando que, se a ciência oculta fosse revelada, os homens abandonariam o materialismo. Evidentemente essa revelação viria com muitos fenômenos, tantos quantos fossem necessários para que o homem  ficasse convencido.

Hume não pergunta, nem argumenta. Ataca. “Só vocês possuem os meios de demonstrar aos homens comuns verdades desse tipo, mas parece que, presos a antigas regras, em vez de disseminar com entusiasmo esse conhecimento, vocês o envolvem numa nuvem tão densa de mistério que naturalmente a massa humana descrê de sua existência.” Em outra passagem: “....não pode haver justificativas para não dar claramente ao mundo os aspectos mais importantes da sua filosofia,...”.

O fato de os poderes advindos desse conhecimento serem mal empregados, e por isso justificar serem ocultos das massas,  é entendido por Hume. Mas isso não deveria ser empecilho, em sua opinião, desde que fossem “acompanhados por fenômenos bastante claros e suficientemente repetidos”.

Critica os elogios que o Mestre dera ao Cel. Olcott, chamando de “obediência cega” a relação do coronel com os Mestres e que isso desencadeia à perda da liberdade. Mas, “caso se pretenda que eu (Hume) receba em algum momento instruções para fazer isso ou aquilo sem compreender o por que......o assunto está encerrado para mim.”

 “Não sou uma máquina militar – sou inimigo jurado da organização militar, sou amigo e defensor do sistema industrial e cooperativo e não me unirei a nenhuma Sociedade ou entidade que pretenda limitar ou controlar o meu direito a julgamento pessoal......não desejo cavalgar nenhum princípio como um cavalinho de brinquedo...”

Ainda sobre Olcott...”nenhum de nós dois (ele e Sinnett) poderia aceita-lo como nosso verdadeiro guia...(o itálico está na Carta), porque sabemos que somos superiores a ele, intelectualmente.”

 
Carta 9, resposta do Mestre K.H., 1º de dezembro de 1880.

Temas:
 
ARROGÂNCIA - CONDIÇÕES PARA DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL - OS DEFEITOS DE CARÁTER QUE AFASTAM O HOMEM DA ESPIRITUALIDADE

Sobre a Carta: (postada por G. Melo)

O Mahatma responde para Sinnett. Parece que ficou abismado com a petulância de Hume, cujos argumentos, de tão descabidos, precisou de respostas francas, mas muitas vezes irônicas.

O Mahatma  começa sua resposta dizendo compreender perfeitamente, inclusive a sinceridade dos sentimentos de Hume. Mas  que eles “vem cobertos por uma grossa crosta de autossuficiência e teimosia que não podem despertar em mim (no Mestre) nada semelhante à simpatia.”

Sobre a LIBERDADE que a obediência retiraria, fala que “nenhum homem vivo é mais livre do que nós, depois que saímos do discipulado”. E, como discípulos, devem ser obedientes, mas não escravos. E essa seria a pedagogia correta, pois como aprender, passando todo tempo argumentando?

Alguns pontos são importantíssimos, pois valem para nós, homens do século XXI:

1 - .....”a vida que gira em torno de constantes discussões e críticas maledicentes.”

2 - .....”a ladainha monótona sobre os próprios pontos de vista.”

3 – A autoproclamada  superioridade intelectual ....Diz o mestre: “Homens como ele podem se tornar hábeis estadistas, oradores, o que você quiser mas – nunca Adeptos.”

4 - E o perfil de um homem “com intensa paixão por ouvir a si próprio”.

Mas o principal está no início da Carta, quando o Mestre refere-se que o Tibete, por eras inteiras, “tem sido o último canto do mundo não corrompido tão completamente a ponto de tornar impossível a mistura de duas atmosferas – a física e a espiritual”.

Pelo menos já sabemos o que os chineses foram fazer lá: corromper o último lugar do mundo!


 

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