terça-feira, 13 de agosto de 2013

Carta 1

Recebida em 15 de outubro de 1880

 
Temas:

PRODUÇÃO DE FENÔMENOS – CIÊNCIA E OS FENÔMENOS – NATUREZA HUMANA
MUNDO DO ESOTERISMO – LEI DO KARMA – ESTRATEGIA DE EXPANSÃO – EDUCAR O PÚBLICO


Sobre a Carta (postado por G. Melo):

O mundo, estando no primeiro estágio de libertação, se não de desenvolvimento (palavras do Mestre) torna contraproducente a realização de fenômenos, embora esses fenômenos, enfatiza o Mestre, não sejam causados por meios sobrenaturais, mas leis e meios naturais. Como a ciência ainda era incapaz (no estágio de 1880) de explicar esses fenômenos, as massas ignorantes os veriam como milagres.  O resultado seria o desequilíbrio.

Além disso, a realização de fenômenos abre a porta da notoriedade, portanto, de armadilhas.

Quais seriam exatamente as conseqüências? Se as pessoas não acreditam, há a perda da reputação; se acreditam, seriam atribuídos aos poderes das trevas. A atitude das pessoas diante dessas questões mais profundas e misteriosas depende inteiramente de suas condições sociais e morais.

A natureza humana “é igual agora como era há um milhão de anos atrás:
ü      - preconceito baseado no egoísmo
ü      - resistência generalizada a renunciar a ordem estabelecida das coisas em função de novos
       modos de vida e de pensamento (e o estudo oculto requer tudo isso e muito mais)
ü     -  orgulho e uma teimosa resistência à Verdade, quando ela abala as suas noções prévias
       das coisas “

As classes mais altas são sempre céticas.

Como conseqüência, haveria que se produzir fenômenos cada vez mais potentes e em maior número ou “cair numa luta infindável com o preconceito e a ignorância e ser destruído por suas próprias armas.”

“Enquanto a ciência tiver algo a aprender, enquanto restar uma sombra de dogmatismo religioso no coração das multidões, os preconceitos do mundo têm de ser vencidos passo a passo, sem atropelos.”

“A única salvação para os verdadeiros conhecedores das ciências ocultas é o ceticismo do público.” Seria mortal esse conhecimento nas mãos dos perversos e egoístas.

Por isso, o objetivo mais premente da Teosofia é eliminar os preconceitos e o dogmatismo, através do conhecimento teosófico, procurando o desenvolvimento social e moral, para haver uma base em que haja apoio para o conhecimento esotérico.

O comportamento social e moral é a base para se conhecer as ciências ocultas.

O Mestre faz alusão ao “mundo do esoterismo”, que tem LEIS BASEADAS EM CÁLCULOS MATEMATICAMENTE CORRETOS DO FUTURO, isto é, “os resultados necessários das causas que sempre temos liberdade para criar e modelar a nossa vontade, mas cujas conseqüências somos incapazes de controlar, e as quais, desta forma, se tornam nossos mestres...”

Ele esta descrevendo a Lei do Karma, lei da causa e efeito, cujas causas temos liberdade para criar a modelar, mas cujos efeitos somos incapazes de controlar e, assim, se tornam nossos mestres, pois nos indicam didaticamente as causas e onde nosso poder de escolha foi usado correta ou incorretamente. Chama atenção a expressão “leis baseadas em cálculos matematicamente corretos do futuro”.

O Mestre faz alusão à ESTRATÉGIA, que Sinnet era um estrategista e, como tal, deveria ficar satisfeito com a reflexão de que “pouco vale conquistar novas posições até que as que foram alcançadas estejam seguras e que até os inimigos estejam perfeitamente conscientes do direito a essas posições”.

Primeiro o público que assistiu a alguns fenômenos deve digerir o que viu, buscando explicações. Os céticos ficam satisfeitos com a hipótese de materialização. Os outros ficariam menos propensos a acusação de fraude. Consolidar posições deve fazer parte da estratégia.

O Mestre fala do ‘DEVER SAGRADO DE EDUCAR O PÚBLICO”, PREPARANDO-O PARA POSSIBILIDADES FUTURAS, ABRINDO GRADUALMENTE SUA VISÃO PARA A VERDADE. Ora, e se o comportamento social e moral é a base para se conhecer as ciências ocultas, logo “educar o público” é gerar aprendizagem de valores e princípios, os quais agiriam para eliminar a parte negativa da natureza humana (preconceito, resistência à verdade, orgulho, dogmatismo).

O Mestre faz referência a capacidade de Sinnet em ser testemunha, pois tem credibilidade.

E o Mestre diz pela primeira, de muitas vezes: TENTE


Observação: A fonte é sempre a correspondente Carta dos Mahatmas. Muitos trechos são copiados, mas a fala do(s) Mestre(s) serão apresentadas sempre "entre aspas".