Recebida em 15 de outubro de 1880
Temas:
PRODUÇÃO DE FENÔMENOS – CIÊNCIA E
OS FENÔMENOS – NATUREZA HUMANA
MUNDO DO ESOTERISMO – LEI DO
KARMA – ESTRATEGIA DE EXPANSÃO – EDUCAR O PÚBLICO
Sobre a Carta (postado por G. Melo):
O mundo, estando no primeiro estágio de libertação, se não de
desenvolvimento (palavras do Mestre) torna contraproducente a realização de
fenômenos, embora esses fenômenos, enfatiza o Mestre, não sejam causados por
meios sobrenaturais, mas leis e meios naturais. Como a ciência ainda era incapaz
(no estágio de 1880) de explicar esses fenômenos, as massas ignorantes os
veriam como milagres. O resultado seria
o desequilíbrio.
Além disso, a realização de
fenômenos abre a porta da notoriedade, portanto, de armadilhas.
Quais seriam exatamente as
conseqüências? Se as pessoas não acreditam, há a perda da reputação; se
acreditam, seriam atribuídos aos poderes das trevas. A atitude das pessoas diante dessas questões mais profundas e
misteriosas depende inteiramente de suas condições sociais e morais.
A natureza humana “é igual agora
como era há um milhão de anos atrás:
ü - preconceito
baseado no egoísmo
ü - resistência
generalizada a renunciar a ordem estabelecida das coisas em função de novos
modos de vida e de pensamento (e o estudo oculto requer tudo isso e muito mais)
modos de vida e de pensamento (e o estudo oculto requer tudo isso e muito mais)
ü - orgulho
e uma teimosa resistência à Verdade, quando ela abala as suas noções prévias
das coisas “
das coisas “
As classes mais altas são sempre
céticas.
Como conseqüência, haveria que se
produzir fenômenos cada vez mais potentes e em maior número ou “cair numa luta infindável com o
preconceito e a ignorância e ser destruído por suas próprias armas.”
“Enquanto a ciência tiver algo a
aprender, enquanto restar uma sombra de dogmatismo religioso no coração das
multidões, os preconceitos do mundo têm de ser vencidos passo a passo, sem
atropelos.”
“A única salvação para os
verdadeiros conhecedores das ciências ocultas é o ceticismo do público.” Seria
mortal esse conhecimento nas mãos dos perversos e egoístas.
Por isso, o objetivo mais premente da Teosofia é eliminar os
preconceitos e o dogmatismo, através do conhecimento teosófico, procurando o
desenvolvimento social e moral, para haver uma base em que haja apoio para o
conhecimento esotérico.
O comportamento social e moral é
a base para se conhecer as ciências ocultas.
O Mestre faz alusão ao “mundo do
esoterismo”, que tem LEIS BASEADAS EM CÁLCULOS MATEMATICAMENTE CORRETOS DO
FUTURO, isto é, “os resultados necessários das causas que sempre temos
liberdade para criar e modelar a nossa vontade, mas cujas conseqüências somos
incapazes de controlar, e as quais, desta forma, se tornam nossos mestres...”
Ele esta descrevendo a Lei do
Karma, lei da causa e efeito, cujas causas temos liberdade para criar a
modelar, mas cujos efeitos somos incapazes de controlar e, assim, se tornam
nossos mestres, pois nos indicam didaticamente as causas e onde nosso poder de
escolha foi usado correta ou incorretamente. Chama atenção a expressão “leis
baseadas em cálculos matematicamente corretos do futuro”.
O Mestre faz alusão à ESTRATÉGIA,
que Sinnet era um estrategista e, como tal, deveria ficar satisfeito com a
reflexão de que “pouco vale conquistar novas posições até que as que foram
alcançadas estejam seguras e que até os inimigos estejam perfeitamente
conscientes do direito a essas posições”.
Primeiro o público que assistiu a
alguns fenômenos deve digerir o que viu, buscando explicações. Os céticos ficam
satisfeitos com a hipótese de materialização. Os outros ficariam menos
propensos a acusação de fraude. Consolidar posições deve fazer parte da
estratégia.
O Mestre fala do ‘DEVER SAGRADO
DE EDUCAR O PÚBLICO”, PREPARANDO-O PARA POSSIBILIDADES FUTURAS, ABRINDO
GRADUALMENTE SUA VISÃO PARA A VERDADE. Ora, e se o comportamento social e moral
é a base para se conhecer as ciências ocultas, logo “educar o público” é gerar
aprendizagem de valores e princípios, os quais agiriam para eliminar a parte
negativa da natureza humana (preconceito, resistência à verdade, orgulho,
dogmatismo).
O Mestre faz referência a
capacidade de Sinnet em ser testemunha, pois tem credibilidade.
Observação: A fonte é sempre a correspondente Carta dos Mahatmas. Muitos trechos são copiados, mas a fala do(s) Mestre(s) serão apresentadas sempre "entre aspas".