Postada por G. Melo
Esta carta é de Hume endereçada ao Mahatma K.H. Foi respondida pelo Mestre através da Carta 9. Por isso devem ser consideradas em conjunto.
Hume já começa nessa carta a mostrar o seu caráter e o nível
de compreensão equivocado, do qual nunca se libertaria. Diz ao Mestre: “....para mim é insuportável a
ideia de que você me deixe de lado por causa de uma compreensão equivocada de
meus pontos de vista.”
E inverte o argumento sobre a Ciência Oculta. Para deixar
mais claro: a Ciência é denominada oculta devido à cultura egoísta do homem. O
altruísmo é uma das condições básicas para a ciência oculta ser revelada. Mas Hume inverte a questão, afirmando que, se
a ciência oculta fosse revelada, os homens abandonariam o materialismo.
Evidentemente essa revelação viria com muitos fenômenos, tantos quantos fossem
necessários para que o homem ficasse convencido.
Hume não pergunta, nem argumenta. Ataca. “Só vocês possuem
os meios de demonstrar aos homens comuns verdades desse tipo, mas parece que,
presos a antigas regras, em vez de disseminar com entusiasmo esse conhecimento,
vocês o envolvem numa nuvem tão densa de mistério que naturalmente a massa
humana descrê de sua existência.” Em outra passagem: “....não pode haver
justificativas para não dar claramente ao mundo os aspectos mais importantes da
sua filosofia,...”.
O fato de os poderes advindos desse conhecimento serem mal
empregados, e por isso justificar serem ocultos das massas, é entendido por Hume. Mas isso não deveria ser
empecilho, em sua opinião, desde que fossem “acompanhados por fenômenos
bastante claros e suficientemente repetidos”.
Critica os elogios que o Mestre dera ao Cel. Olcott,
chamando de “obediência cega” a relação do coronel com os Mestres e que isso
desencadeia à perda da liberdade. Mas, “caso se pretenda que eu (Hume) receba
em algum momento instruções para fazer isso ou aquilo sem compreender o por
que......o assunto está encerrado para mim.”
Ainda sobre Olcott...”nenhum de nós dois (ele e Sinnett)
poderia aceita-lo como nosso verdadeiro
guia...(o itálico está na Carta), porque sabemos que somos superiores a
ele, intelectualmente.”
Carta 9, resposta do Mestre K.H., 1º de dezembro de 1880.
Sobre a Carta: (postada por G. Melo)
O Mahatma responde para Sinnett. Parece que ficou abismado com a petulância de Hume, cujos argumentos, de tão descabidos, precisou de respostas francas, mas muitas vezes irônicas.
O Mahatma responde para Sinnett. Parece que ficou abismado com a petulância de Hume, cujos argumentos, de tão descabidos, precisou de respostas francas, mas muitas vezes irônicas.
O Mahatma começa sua
resposta dizendo compreender perfeitamente, inclusive a sinceridade dos
sentimentos de Hume. Mas que eles “vem
cobertos por uma grossa crosta de autossuficiência e teimosia que não podem
despertar em mim (no Mestre) nada semelhante à simpatia.”
Sobre a LIBERDADE que a obediência retiraria, fala que
“nenhum homem vivo é mais livre do que nós, depois que saímos do discipulado”.
E, como discípulos, devem ser obedientes, mas não escravos. E essa seria a
pedagogia correta, pois como aprender, passando todo tempo argumentando?
Alguns pontos são importantíssimos, pois valem para nós,
homens do século XXI:
1 - .....”a vida que gira em torno de constantes discussões
e críticas maledicentes.”
2 - .....”a ladainha monótona sobre os próprios pontos de vista.”
3 – A autoproclamada superioridade intelectual ....Diz o mestre: “Homens como ele podem se tornar hábeis estadistas, oradores, o que você quiser mas – nunca Adeptos.”
4 - E o perfil de um homem “com intensa paixão por ouvir a
si próprio”.
Mas o principal está no início da Carta, quando o Mestre
refere-se que o Tibete, por eras inteiras, “tem sido o último canto do mundo
não corrompido tão completamente a ponto de tornar impossível a mistura de duas
atmosferas – a física e a espiritual”.
Pelo menos já sabemos o que os chineses foram fazer lá:
corromper o último lugar do mundo!
Excelente resumo!
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